A disfagia é um distúrbio complexo que afeta a capacidade de engolir de um indivíduo, envolvendo qualquer uma das fases do processo de deglutição. Esse processo, essencial para a ingestão segura de alimentos e líquidos, demanda uma coordenação precisa entre múltiplos sistemas neuromusculares e sensoriais, tanto voluntários quanto involuntários¹.

Tipos e Complicações da Disfagia

A disfagia pode ser classificada em esofágica e orofaríngea. A disfagia orofaríngea (DO) refere-se a anormalidades na deglutição que ocorrem no trato gastrointestinal superior, podendo levar a complicações graves. Entre as principais complicações associadas estão a desnutrição, desidratação e infecções respiratórias, como a pneumonia por aspiração. Esta última ocorre quando alimentos, líquidos ou saliva entram nos pulmões em vez do esôfago, representando um risco significativo, especialmente em idosos².

Prevalência e Impacto Social

Estudos recentes destacam um aumento preocupante na prevalência global da DO, especialmente em populações mais velhas e em indivíduos com condições como demência³. A prevalência varia consideravelmente entre diferentes regiões, sendo mais alta em alguns países, como demonstrado pela pesquisa recente que apontou uma prevalência global de 43,8%, com picos significativos em certas regiões da África e entre pacientes com demência, onde pode chegar a 72,4%⁴.

Desafios e Avanços Tecnológicos

Diante desse panorama, avanços na tecnologia e inteligência artificial surgem como ferramentas promissoras no diagnóstico e manejo da disfagia. Métodos inovadores estão sendo desenvolvidos para melhorar a detecção precoce e a intervenção precisa, visando reduzir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes⁵.

Conclusão

A disfagia representa não apenas um desafio clínico crescente, mas também uma questão de saúde pública global. Com uma compreensão mais profunda de suas complexidades e o apoio de tecnologias emergentes, podemos não só enfrentar esse desafio de maneira mais eficaz, mas também melhorar substancialmente os resultados para os pacientes afetados. A colaboração contínua entre profissionais de saúde, pesquisadores e tecnólogos é fundamental para enfrentar essa questão de forma abrangente e sustentável.

Referências:

1. Triggs J, Pandolfino J. Recent advances in dysphagia management. F1000Res. 2019;8.

2. Martin-Martinez A, Amado C, Ruz F, Ruiz A, Ortega O, et al. A Systematic and Universal Artificial Intelligence Screening Method for Oropharyngeal Dysphagia: Improving Diagnosis Through Risk Management. Dysphagia. 2023;38(4):1224-37.

3. Matsuyama S, Nakauma M, Funami T, Hori K, Ono T. Human physiological responses during swallowing of gel-type foods and its correlation with textural perception. Food Hydrocolloids. 2021;111:1-10.

4. Rajati F, Naghibzadeh ZA, Kazeminia M. The global prevalence of oropharyngeal dysphagia in different populations: a systematic review and meta-analysis. J Transl Med. 2022;20:2-15. 5. Ribeiro M, Miquilussi PA, Goncalves FM, Taveira KVM, Stechman-Neto J, Nascimento WV, et al. The Prevalence of Oropharyngeal Dysphagia in Adults: A Systematic Review and Meta-analysis

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